Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845–1894)
Autore di A History of Iberian Civilization
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Informazioni generali
- Nome canonico
- Martins, Joaquim Pedro de Oliveira
- Altri nomi
- Martins, J. P. de Oliveira
Martins, J. P. Oliveira
Martins, Oliveira - Data di nascita
- 1845-04-30
- Data di morte
- 1894-08-24
- Nazione (per mappa)
- Portugal
- Istruzione
- Militar Engineer
- Attività lavorative
- politician
writer
historian
sociologist - Organizzazioni
- President Sociedade de Geografia Comercial do Porto
Director Museu Industrial e Comercial do Porto
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A História de Oliveira Martins não é isenta nem objectiva, nem o pretende ser. A História, tal como a sua escrita, deve ser emotiva, assumida, e deve ter como finalidade a edificação do presente.
Depois de citar as opiniões dos descobridores sobre os índios, principalmente de Pêro Vaz de Caminha, Oliveira Martins arruma os índios na árvore antropológica, mas não esclarece a visão defeituosa desses primeiros contactos. Pelo contrário, Oliveira Martins vai ainda mais longe face à alteridade que os homens de 1500: prova de forma pseudo-científica a inferioridade dos índios. Defende que é imoral o homem lutar contra essa inferioridade, pois ela é obra da natureza ou vontade de Deus.
Oliveira Martins é racista e xenófobo não por preconceito moral, mas por argumentos racionais e, científicos (no tempo). Para ele as raças humanas evoluem à semelhança das espécies animais: as mais fortes sobrevivem contribuindo, ao mesmo tempo para eliminar as mais fracas e as outrora fortes, mas agora decrépitas. Consequentemente, as raças humanas estão hierarquizadas: primeiro a anglo - germânica; depois a latina (portugueses, espanhóis e italianos) que apesar de já terem conhecido dias mais gloriosos, ainda não está tão decrépita como as asiáticas; depois surgem os ameríndios e finalmente os negros.
Seguindo este ponto de vista evolucionista, não há qualquer questão moral na escravização do negro. Por um lado, trata-se de uma raça inferior, que quase nem merece a designação de homem, sem capacidade intrínsecas de se tornar cristão ou civilizado (como pretendiam os padres), logo que pode e deve ser tratado como os animais de carga. Por outro lado, algum aperfeiçoamento que seja possível a uma humanidade tão inferior, só lhe pode ser acessível através do homem branco, não por misceginação mas sim pela disciplina e pela força. Não faltará hoje quem goste de dizer quão certo estava Oliveira Martins.
Tendo em conta os argumentos racionais e científicos utilizados, se tivesse nascido um século mais cedo, Oliveira Martins por certo teria sido um iluminista e, se tivesse nascido um século mais tarde, talvez fosse marxista ou fascista, mas Oliveira Martins nunca seria um homem de meias tintas. Essa é a sua maior virtude: a coragem de tomar partido e de assumir aquilo que à luz da razão lhe parece correcto.
Dotado de um anti-clericalismo exacerbado, sobretudo dirigido contra os Jesuítas, Oliveira Martins prova também aqui que é um homem do seu tempo: da segunda metade do século XIX.
A presente obra tem uma finalidade: reconhecer que o génio português já teve os seus dias de glória. Os erros cometidos no passado foram tantos que a Portugal nada mais resta no presente, para mostrar dignidade a nível internacional, que investir os seus parcos recursos numa única colónia, Angola, alienando-se as restantes. Dá, desta forma, uma visão pragmática da história e da realidade, mas também materialista e economicista.
Segundo Oliveira Martins a melhor colónia portuguesa ainda era o Brasil, nada importando para esse efeito a sua situação política. Esta afirmação compreende-se recorrendo à sua definição de colónia como povoamento e não como feitoria ou fazenda, como condição humana e não política ou económica.
Ora isto revela uma dualidade de critérios: por vezes é o pragmático materialista que nos expõe os factos; outras vezes é o ético que afirma que há valores acima dos mesquinhos interesses económicos. Este será o principal aspecto negativo da obra, a sua falta de coerência.… (altro)