René Leibowitz

O livro traça a trajetória de Schoenberg focando em sua produção musical, obra a obra, mas sofre muito com a obstinação de fã cego que Leibowitz encarna afim de defender seu ídolo dos seus inúmeros detratores - conservadores e vanguardistas, e firmá-lo como o mestre incompreendido que soube estabelecer a grande dialética tradição-novidade em um nível nunca dantes visto. Por isso, em meio aos elogios, as análises tornam-se rasas e não conseguem expressar os desafios envolvidos, e a citação de partituras e esquemas torna-se dispensável. Decerto, li para treinar o francês e acompanhar opus a opus a obragem Schoenbergiana, um conjunto que certamente, por mais interessante que seja, peca ao meu ver por condensar demais muito da tradição, ao mesmo tempo apontando demais para muitos possíveis desenvolvimentos posteriores, e que mantém uma relação que considero boa de se problematizar, com o lirismo do lied alemão, e na fase do pós guerra, primeiro com as formas escolásticas, e depois com um tonalismo arrastado. Interessante reouvindo notar a influência de Mahler, mas quanto ao livro: o fato das partes mais interessantes serem cartas do próprio compositor atesta contra os esforços, talvez apenas datados, do sr. Leibowitz.… (altro)